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segunda-feira, 18 de abril de 2011

BIS IN IDEN DIÁRIO - DIA 2

TODO MUNDO sabe que ser punido duas vezes pela mesma coisa ou conduta é um abuso, um despropósito para o Estado e para as consciências cidadãs...ou não? Será que ha ainda quem duvide disso?... bis in idem diário dia 2, é apenas a constatação que todo o brasil teve que fazer sobre a tortura policial. E choveram casos, no País todo...no Rio é o alicate que se usa para apertar pênis de presos obrigados a delatar pseudo comparsas...No nordeste, em Pernambuco é ritual de sexo oral entre os presos, obrigados a tais horrores sexuais para a diversão da guarnição mentecapta e midiatica...pois todos os vídeos foram parar na internet, e todos com farta legenda de gargalhadas...os casos vem se repetindo em progressão geométrica mesmo, ou trata-se apenas de um pouquinho mais de atenção dada aos detidos? Ou ainda, atenção dada à proscrição da tortura no Brasil...a intervenção estatal punitiva tem passado dos limites e as vezes não conhece os seus limites constitucionais...sequer entende que a pena é o braço mais pesado do Estado, mas também o último recurso...se o último recurso, que é a pena privativa de liberdade já foi usada, todas as marcas que ficam nos corpos dos condenados também são pena e também já foram o último recurso contra o condenado...e é aí que está a grande charada da democracia brasileira em matéria criminal: se o sujeito foi punido com violência física gratuita e ilegal em seu corpo, poderá ainda ser processado e condenado a penas privativas de liberdade, pelos mesmos fatos? não seria bis in idem??????

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Templária

Amaste-me
e o meu corpo
neste dia de felicidade
ficou impregnado com um
gosto de eternidade;
mas então foste,
levando contigo o segredo da plenitude.
Tomaste minha dor como identidade
e nem isso te diminuía a juventude;
quisera entoar uma prece;
eras mais que a divindade;
Pudera domar tua inquietude:
eras a alma do vento,
sangue da liberdade.
Eis a tua odiosa opulência,
ser mais que essa forma escultural
que se retém em mim involuntária,
ser a sublime templária
desta indemonstrável ciência
de lapidar com a tua vaidade a noite
e encontrar-lhe inúmeras possibilidades,
todas porém impossíveis
sem a tua soberba existência.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Nesta noite carente de paixão

Agora que o vinho te subiu
e de súbito a razão te fugiu,
que não temos mais o chão
ou melhor,
que o chão é o céu de estrelas ácidas
e distantes como o resto da cidade,
eu quero te dizer que venho detestando a humanidade,
que venho odiando a claridade
que não desenhamos sobre as nossas bocas
e todas as músicas loucas que não falam de nós...
também odeio as horas, os relógios
e quaisquer matemáticos instrumentos
que mensurem qualquer coisa que não seja o nosso amor...
Odeio que não haja uma tintura de cabelo com o seu nome,
nem um perfume com o teu cheiro...

Agora que não precisamos mais razão,
eu quero te dizer que só a poesia te deveria ser dita,
mas existe essa necessidade maldita
de ter veracidade
para a qual tenho muita capacidade,
mas pouquíssima vocação...
aliás, se não há razão
deixa-me inventar-nos mesmo um passado novo,
nem melhor, nem pior, nem fabuloso,
mas novo, sem nada que não seja incrivelmente delicioso
e que tenha sempre nossas vidas unidas
no mesmo idioma, na mesma embriaguez e vuivez de solidão
nesta noite carente de paixão...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

na noite de hoje

Amor,
na noite de hoje eu não quero conversar mais nada pelas palavras,
eu não quero que julguemos nenhuma de nossas ações ou opiniões
quero apenas que sejamos arrastados pelas nossas mais profundas emoções,
quero a verdade que há no vinho
que beberei pela tua boca de uva
e eu te serei também o vinho de perdição
e de encontro, de fusão...
e quando estivermos no auge de nossa mental confusão
é aí mesmo que eu quero que tu me escolhas para ser quem eu já sou,
para encher o teu coração com o sagrado espírito do amor
que não tem fim em si mesmo
mas apenas em amar...
e nos amaremos assim mesmo,
como se estivéssemos querendo testar os limites do amor
e da entrega e da auto realização;
nos amaremos da melhor maneira,
a de não querer amar de jeito certo nehum,
a de não esperar pelo amor,
e a de não querer controlar como se deve amar...
Se tu puderes me amar desse jeito
sem querer me desvendar e mesmo assim se entregar,
então eu finalmente saberei
que a minha esposa acabou de chegar...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

SILENCIOSAMENTE

Silencio,
assim nos amaremos na mais plena eloquência,
assim nos tocaremos na mais fina elegância,
quando me entenderes pela alma...

Vem, então, com calma
pela ambição do fogo
onde somos um só
sendo mais que dois,
onde a minha alma encontra a tua mente
quando a tua aura me faz semente
e o nosso beijo será nossa prece
silente e penitente,
seremos dois ou mais
na mesma imprevisivel unidade
o deserto e a cidade
o diabo e o crente;

Portanto não julguemos nada nesta noite
mas elejamos, amor, todas as virtudes
que nós mesmos desprezaremos...
e quando enfim tivermos nos matado
quando nossos corpos estiverem extenuados,
despedaçados,
reiventemos novos pecados
e nos amemos novamente, assim...
Silenciosamente

quarta-feira, 6 de abril de 2011

leis penais em branco heterogêneas eternas?

Sem dúvida alguma, os maiores detratores dos princípios fundamentais garantistas, no direito penal, são aqueles pseudo doutrinadores que não os negam validade, apenas inventam subterfúgios e máscaras e disfarces para lesioná-los. Não é aquele que diz que o princípio deve ser tolhido ou extinto...esse não...em geral é parvo e não oferece maiores recursos intelectuais para explicações mais aprofundadas, sendo ridiculamente refutado. Mas não trato desses homens hoje...falo daqueles que, apesar de dizerem e escreverem que as garantias fundamentais devem ser respeitadas,usam de todos os artifícios para burlá-las na prática, seja com a invenção de desdobramentos de aplicações insidiosas, seja por darem nova roupagem ideológica e justificações que anulem a aplicação fática da garantia. É assim em inúmeros dispositivos, entre eles aquele que impede as penas de banimento, inclusive de matiz constitucional a vedação. Está difícil ver quem entenda que se mandar um condenado, ou ainda réu, pior, para o Acre, tendo sido ele condenado no Rio de Janeiro verdadeiro ato de banimento...para a distorção e desrespeito ao princípio, basta que se coloque a alcunha que "perigoso" no cidadão e ele passa a ser digno de ser banido...o que é mais longe? Paris de Istambul (evidente banimento) ou o Rio do Acre???
Assim também se passa hoje no Brasil com as leis penais em branco heterogêneas que se pretendem eternas...o "pequeno princípio" lesado seria tão somente o da legalidade...Essas leis, como se sabe, precisam de um complemento formal típico vindo de outro diploma...LEGAL...leia-se LEI, para aperfeiçoar a sua inegração típica...quando esse complemento não vem de lei, ou seja, nasce de outra fonte que não um documento emanado do Congresso Nacional, quem está, de fato, legislando nesse País??
Como é possível que o complemento dessas leis de cunho criminal fique acometidos eternamente a cargo de quem estiver no poder?
E a idéia de termos um código penal inteiro em branco???? Será que essa idéia é possível? Haverá quem sequer especule sobre isso sem ser nazista?
Já estão falando disso na Europa e nos Estados Unidos...cuidado...

VEM AMOR in: Dionysíacos.

"Deixa-me que me cale com teu silêncio puro.
Deixa-me que te fale também com teu silêncio"

NERUDA



Vem amor, toda a arte está aqui
tudo o que há para ser dito estou dizendo agora
todo o amor se resume em nós,
nada está oculto aqui
todos os espíritos, os segredos e o óbvio se apresentam mas se minimizam:
nós somos maiores enquanto nos amarmos
enquanto nossas dores esquecermos
e formos apenas isso tudo
que nem imaginávamos podíamos ser...

Vem, da tua boca nascerão todos os idiomas do mundo,
da minha língua os significados do teu desejo,
o fermento do teu pão.
No teu corpo verei o meu reflexo e o infinito será o nosso chão...

Vem amor, toda a vida está em mim
metade vento, metade cão
moredendo a tua alma perplexo
dia sim, dia não;
Toda a dor que quiseres trarei também
como um presente na palma da mão
exausto, redivivo apenas pelos teus cabelos
com o fogo e lágrimas nos olhos
e na boca um refrão de uma música tua
falando de paixão.

Vem amor...