Ainda alheio ao fermento da tua boca
ainda faminto no fomento do teu beijo,
eu ando exausto neste tormento
de auscultar as maravilhas
que preparas nos ventos
e de desarmar as armadilhas
que me deixas ao relento;
tu, no entanto, foges
enquanto eu me reinvento
neste jogo de premeditados movimentos...
não vês que nos meus braços
o teu corpo evolui?
não vês que nessa fuga insana
rejeitas uma luz soberana
que só o meu amor possui?
Que as lições dos meus olhos
calem as Eríneas que gritam em ti
a falência do meu nome,
manchado de leviandades
e tu, que pela ausência inventaste
a essência da maldade,
agora tenha a bondade
de aceitar-me a estima primeira
e revidá-la com a paixão verdadeira
escondida na tua falsa castidade
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