Tantas coisas podem ser ditas
sobre a tua boca,
mas direi apenas: desejo!
Eu poderia descrever de tantos modos
o teu corpo translúcido,
mas basta que eu diga: cristal!
Eu poderia te chamar de tantos nomes,
todos contidos num só: amor!
Eu poderia te dar tantos predicados
e te fazer tantas promessas,
mas basta que eu te proclame: Rainha!
Vem, então e reina ao meu lado!
Sê a inconteste soberana do meu coração abandonado
e finaliza tudo que em mim está inacabado...
Dar-te-ei uma coroa feita
com as cicatrizes que me adornam os sentimentos frustrados;
e essa coroa com a qual hei de te cingir
eu a farei com os ossos desenterrados
das falecidas rainhas que eu nunca tive e nem terei
se elas não trouxerem o teu nome incrustrado...
Toma! A coroa é tua e as jóias que a enfeitam
são os meus dias de luta,
minhas esperanças e ideais,
além da certeza
de que não há ninguém melhor que tu para ser tu mesma,
a melhor versão de mim,
que tem autoridade para o meu sim
e o poder de veto do meu não...
Vem, reina sobre mim,
decide sobre a vida e a morte
das minhas crenças
e deixa as minhas mãos tensas
percorrerem a tua realeza
tão possível, tão divina
graças à tua inexcedível beleza...
Majestade, ocupa logo o teu trono sagrado
no dia da tua coroação;
eu te serei o súdito único
é verdade,
mas valerei por uma inteira nação!
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